A hemorragia pode ser definida como a perda constante de um determinado volume de sangue ocasionado pelo rompimento de um ou mais vasos sanguíneos e ao local especifico onde ocorre é designado por foco hemorrágico. Estas podem ter implicações no aparecimento de choques e problemas no transporte de oxigénio e consequente oxigenação dos tecidos, constituindo dessa forma um perigo de vida.
As hemorragias constituem um dos acontecimentos mais frequentes cuja intervenção de socorrismo pode ser necessária e fundamental para assegurar a sobrevivência do indivíduo, podendo uma hemorragia descontrolada ou mal controlado tornar-se uma causa de morte em poucos segundos. A intervenção abrange vários métodos e técnicas, nem todos de procedimento fácil, mas que ainda assim devem ser conhecidos e postos em prática quando for o caso de uma extrema urgência, e possa haver uma demora na intervenção médica.
Podemos classificar os vários tipos de hemorragias segundo duas perspectivas: quanto á proveniência (origem) do foco hemorrágico que pode ser arterial, venosa ou capilar ainda quanto á forma como se apresenta o foco hemorrágico que pode ser externa ou interna.
As hemorragias externas são aquelas cujo sangue é visível e portanto é de mais fácil identificação, uma vez que ocorre derramamento de sangue para o exterior do organismo. Neste caso, deve-se evitar o contacto directo com a ferida e não deve ser aplicado qualquer tipo de medicação.
Para efectuar o curativo, deve ser utilizado material específico e previamente esterilizado como luvas de látex descartáveis, panos limpos, compressas , rolo de adesivo, pensos rápidos, álcool 70% vol., anti-sépticos e algodão.
As técnicas mais utilizadas no caso das hemorragias externas são o método de compressão directa, em que há a compressão do foco hemorrágico e a elevação do membro em que este se encontra; A compressão manual indirecta que consiste na compressão da artéria afectada um pouco acima da lesão; o garrote e em casos excepcionais (em que se verifique a fractura ou amputação de membros, ferimentos graves ou a impossibilidade de aplicar qualquer uma das técnicas enunciadas anteriormente) o torniquete.
Este ultimo procedimento só deve ser aplicado se for feito de maneira correcta, visto serem vários os riscos que pode apresentar, uma vez aplicado de maneira incorrecta como por exemplo o indivíduo apresentar zonas arroxeadas ou frias entre outras.
As hemorragias internas são assim designadas uma vez que o foco hemorrágico não e visível e se encontra no interior do organismo. O sangue derramado no interior do organismo pode ser acumulado noutras áreas do corpo em demasiada quantidade, podendo trazer elevados riscos ao indivíduo se este não for imediatamente assistido. Uma vez que são de difícil diagnóstico apenas a equipa médica poderá encontrar solução para o problema. Ainda assim, é importante a assistência a qualquer indivíduo, de modo a vigiá-lo e evitar que este entre em estado de choque ou desmaio, tendo em conta os seguintes aspectos:
- Deitar a vítima de maneira que a cabeça fique mais baixa que o resto do corpo;
- Colocar compressas frias ou bolsa de gelo no local da hemorragia;
- Não permitir que a vítima ingira líquidos e observar atentamente as pulsações e as condições respiratórias do indivíduo.
Um dos casos que é bastante frequente no dia-a-dia e também deve ser tido em conta é a hemorragia nasal, esta é causada pelo rompimento dos vasos sanguíneos do nariz. O procedimento é bastante simples, tendo em conta os seguintes aspectos:
- Transportar a vítima para um local fresco e fazê-la sentar, inclinando a cabeça ligeiramente para trás e desapertar a roupa;
- A vítima deve tentar respirar pela boca até parar o sangramento, e a narina deve ser comprimida de 5 a 10 minutos;
- Deve ser colocada uma compressa fria no nariz, na testa e na nuca;
- Uma vez em caso de inconsciência, a vítima deve ser transportada para o hospital.
Sem comentários:
Enviar um comentário